A síndrome de Asperger é um termo que, embora não seja mais usado em novos diagnósticos, ainda carrega um imenso significado para milhares de pessoas e famílias no espectro do autismo.
Compreender suas características e história é fundamental para promover a inclusão e o apoio adequado. A jornada do conhecimento pode parecer complexa, mas é transformadora.
Nesse artigo, vamos explorar o que é a síndrome de Asperger, seus sinais mais evidentes e, mais importante, como podemos oferecer suporte de maneira eficaz e respeitosa. Continue a leitura!
O que é a síndrome de Asperger e por que o termo ainda é usado?
Anteriormente, a síndrome de Asperger era classificada como um diagnóstico distinto. Hoje, ela é compreendida dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A pergunta sobre o que é essa neurodivergência nos leva, portanto, a uma parte importante da história do autismo.
Com isso, apesar da mudança oficial, muitas pessoas diagnosticadas antes de 2013 continuam a se identificar com o termo. Ou seja, para elas, “Asperger” tornou-se um pilar de sua identidade, uma forma de descrever suas experiências e de se conectar com uma comunidade.
Por isso, a expressão síndrome de Asperger permanece viva e relevante.
Quais são os principais sinais da síndrome de Asperger?
As características e sintomas podem variar intensamente de pessoa para pessoa, mas geralmente se manifestam em duas áreas principais: interação social e padrões de comportamento.
Os sintomas mais comuns associados à síndrome de Asperger são:
- Dificuldades na socialização: Pode haver um desafio em iniciar ou manter conversas, interpretar sinais não-verbais (como expressões faciais e gestos) ou entender nuances da linguagem, como ironias e metáforas.
- Interesses intensos e focados (hiperfoco): É comum um conhecimento profundo e detalhado sobre temas muito específicos.
- Apego a rotinas e previsibilidade: Uma forte necessidade de rotinas bem definidas é uma marca registrada. Mudanças inesperadas no dia a dia podem gerar ansiedade e desconforto significativos.
- Sensibilidades sensoriais: Sons, luzes, texturas e cheiros podem ser percebidos de forma muito mais intensa, causando sobrecarga sensorial.
- Comunicação verbal peculiar: A fala pode soar um pouco formal ou “robótica”, e há uma tendência a interpretar a linguagem de forma literal.
Diferenças entre Asperger e outras formas de autismo
Historicamente, a principal distinção que os especialistas faziam entre a síndrome de Asperger e outras formas de autismo era a ausência de um atraso significativo no desenvolvimento da fala ou cognitivo.
Sendo assim, uma criança com esse diagnóstico aprendia a falar no tempo esperado e, frequentemente, demonstrava uma capacidade intelectual na média ou acima da média.
Atualmente, com o conceito de espectro, entende-se que essas variações fazem parte de um contínuo, e a classificação por níveis de suporte se tornou mais útil para direcionar as intervenções.
Como o diagnóstico é feito e em que momento ele costuma ocorrer?
O diagnóstico de TEA é clínico, realizado por uma equipe multidisciplinar que inclui psicólogos, psiquiatras e neurologistas. Com isso, a avaliação se baseia na observação do comportamento e em entrevistas com a pessoa e seus familiares.
Nesse sentido, perfis que se alinham ao que era chamado de síndrome de Asperger, o diagnóstico pode ser tardio, ocorrendo na adolescência ou na vida adulta. Isso acontece porque os desafios sociais são mais sutis e podem ser confundidos com timidez ou traços de personalidade.
Desafios comuns enfrentados por pessoas com Asperger na escola e na vida adulta
Navegar em um mundo neurotípico pode ser exaustivo. Por exemplo, na escola, ambientes com muitos estímulos, como o pátio no recreio, podem ser fonte de grande estresse.
Já na vida adulta, os desafios se estendem ao mercado de trabalho, onde as “regras não ditas” de convivência podem ser difíceis de decifrar.
A importância da aceitação, respeito às particularidades e apoio emocional
Mais do que apenas conscientização, o caminho é a aceitação. Por isso, entender o autismo como uma manifestação diferente e válida da neurodiversidade humana é o pilar para tudo.
Sendo assim, um ambiente familiar e escolar que valida os sentimentos e respeita as necessidades individuais é essencial para a saúde mental e o desenvolvimento da autoconfiança.
Como apoiar uma criança ou adulto com diagnóstico de Asperger
O melhor suporte não tenta “corrigir” a pessoa, mas adapta o ambiente e oferece ferramentas para que ela possa prosperar.
- Para uma criança: Utilize suportes visuais para criar rotinas, e ajude a regular o ambiente sensorial (por exemplo, com fones de ouvido). Use o hiperfoco como uma porta de entrada para o aprendizado.
- Para um adulto: Incentive a comunicação clara sobre suas necessidades no trabalho e nos relacionamentos. Instruções diretas e por escrito no ambiente profissional, por exemplo, podem fazer uma enorme diferença.
O que mudou com a retirada do termo síndrome de Asperger do DSM-5?
Em 2013, especialistas fizeram uma grande mudança: eles uniram a síndrome de Asperger e outros diagnósticos de autismo em uma única categoria, chamada de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Houveram dois motivos principais para isso:
Para um diagnóstico mais claro
Os médicos perceberam que era muito difícil traçar uma linha clara entre o que era Asperger e o que era autismo de alto funcionamento. Na prática, as características eram muito parecidas.
Ou seja, ao juntar tudo em um “espectro”, o foco passou a ser em entender as necessidades de suporte de cada pessoa, em vez de se prender a um nome específico.
Por uma questão de ética
Anos depois, descobriu-se que o médico Hans Asperger, que deu nome à condição, teve um passado problemático, envolvido em diversas polêmicas.
Com isso, muitos especialistas e membros da comunidade autista hoje preferem não usar o nome que remete ao médico.
Um caminho de inclusão e empatia
Independentemente do termo síndrome de Asperger ou Transtorno do Espectro Autista, o mais importante é olhar para a pessoa em sua singularidade.
Portanto, conhecer os sinais e as características discutidas aqui é a porta de entrada para um apoio mais humano e eficaz.
Esperamos que esse conteúdo tenha te ajudado. Na Edu Autista, acreditamos que a informação de qualidade é a melhor ferramenta para a inclusão. Continue em nosso blog para aprender ainda mais!