Lei Berenice Piana: o que garante às pessoas autistas e suas famílias

Sabia que existe uma lei criada exclusivamente para defender direitos essenciais de quem está no espectro? A lei berenice piana é uma das legislações mais importantes para proteger pessoas autistas e suas famílias no Brasil. 

No conteúdo de hoje, você vai entender como ela surgiu, quais direitos garante e como usar essas informações na prática do dia a dia. Siga acompanhando e boa leitura!

O que é a Lei Berenice Piana e por que ela foi criada

A Lei 12.764/2012, conhecida como Lei Berenice Piana, surgiu para tirar o autismo da invisibilidade. Antes dela, muitas famílias enfrentavam recusas em escolas, negativas de planos de saúde e dificuldade de acesso a benefícios básicos. 

Nesse sentido, a lei foi criada para garantir proteção legal clara, já que pessoas autistas não contavam com diretrizes específicas. 

Com isso, ela recebeu esse nome em homenagem a Berenice Piana, uma mãe e ativista que liderou a mobilização nacional pelos direitos das pessoas autistas.

Sua atuação incansável, especialmente em Brasília, foi fundamental para que a proposta saísse do papel e se transformasse em lei.

Reconhecimento do autismo como deficiência para fins legais

Um dos avanços mais importantes da lei berenice piana foi o reconhecimento da pessoa autista como indivíduo com deficiência para todos os efeitos legais.

Isso ampliou o acesso a direitos, já que passou a valer automaticamente tudo o que já era previsto para pessoas com deficiência no Brasil. 

Com isso, o diagnóstico de autismo se tornou suficiente para garantir atendimento prioritário, adaptações educacionais, benefícios assistenciais e outras proteções previstas em leis complementares.

Principais direitos garantidos pela Lei 12.764/2012

A lei assegura um conjunto de direitos fundamentais, entre eles:

  • Vida digna e proteção contra abusos;
  • Acesso integral à saúde, com diagnóstico precoce;
  • Direito à educação inclusiva;
  • Acesso ao ensino profissionalizante e oportunidades de trabalho;
  • Acesso à previdência social e políticas de inclusão.

Além disso, determina que o Estado deve promover capacitação profissional, apoiar pesquisas e fortalecer políticas específicas para pessoas com TEA. Portanto, ela funciona como base para diversos avanços posteriores.

Impactos da lei na vida de crianças, jovens e adultos autistas

A lei berenice piana trouxe impactos reais para a vida de milhares de pessoas no espectro. Com isso, ela facilitou o acesso a matrículas escolares, fortaleceu o direito a terapias, ampliou garantias no atendimento à saúde e abriu caminhos para uma inclusão mais justa.

Ainda assim, muitas famílias continuam enfrentando barreiras no cotidiano, mas, dessa vez, com uma legislação forte para respaldar suas demandas.

Direito à educação inclusiva e ao atendimento especializado

A educação é um dos pilares da lei berenice piana, que garante:

  • Proibição da recusa de matrícula em escolas públicas e privadas
  • Elaboração do Plano Educacional Individualizado (PEI)
  • Direito ao Atendimento Educacional Especializado (AEE)
  • Direito ao acompanhante especializado, quando necessário

Mas, mesmo com essas garantias, algumas famílias ainda lidam com atrasos na oferta de profissionais de apoio ou falta de preparo institucional. 

Contudo, a lei oferece base sólida para exigir o cumprimento desses direitos, seja por vias administrativas ou judiciais.

Atendimento prioritário e acesso à saúde pública e privada

A área da saúde também foi bastante transformada pela legislação. A lei berenice piana assegura atenção integral, que envolve diagnóstico precoce e atendimento multiprofissional. No SUS, isso aparece na Linha de Cuidado do Autismo.

Com isso, os planos de saúde, decisões e normas recentes determinam que pessoas autistas têm direito à cobertura de terapias ilimitadas quando prescritas. 

Além disso, por serem reconhecidas como pessoas com deficiência, possuem atendimento prioritário em diversos serviços públicos e privados.

Como a lei contribui para a inclusão social e o combate ao capacitismo

A lei berenice piana reforça a inclusão social ao reconhecer que pessoas autistas devem ter as mesmas oportunidades que qualquer outra pessoa. 

Isso ajuda a combater o capacitismo e a promover o entendimento de que o autismo exige respeito, adaptações e apoio, não exclusão. 

Com isso, a lei contribui para que crianças, jovens e adultos tenham mais autonomia, participação social e reconhecimento.

O que ainda precisa avançar na aplicação da lei berenice piana

Apesar dos avanços, ainda existem desafios, como:

  • Demora para disponibilização de profissionais de apoio
  • Falta de profissionais especializados no SUS
  • Burocracia para acessar benefícios sociais
  • Diferenças regionais na qualidade da oferta pública

Ou seja, mesmo com garantias legais, o acesso real ainda depende de melhoria nas políticas públicas e da fiscalização do cumprimento da lei.

Onde buscar apoio quando os direitos não são respeitados

Quando um direito previsto na lei berenice piana não é cumprido, algumas orientações podem ajudar:

  • Registrar sempre a negativa por escrito
  • Procurar a Defensoria Pública do Estado ou da União
  • Acionar o Ministério Público quando a situação for coletiva
  • Registrar reclamação formal na ANS em caso de negativa de planos de saúde
  • Denunciar violações no Disque 100

Além disso, famílias e profissionais podem se apoiar em organizações especializadas e plataformas de educação voltadas ao autismo, como a Edu Autista, que produzem conteúdos e materiais confiáveis sobre direitos e inclusão.

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Para seguir aprendendo

Contudo o que vimos sobre a lei berenice piana, é importante evidenciar que ela foi  um marco essencial para entender como o Brasil estruturou a proteção às pessoas autistas. 

No entanto, compreender a lei é apenas o primeiro passo. Para continuar aprendendo com conteúdos confiáveis e atualizados, explore outros artigos da Edu Autista no blog e aprofunde seus conhecimentos sobre inclusão, saúde, educação e direitos.

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